“No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus.” (Jo 1:1)

Qualquer pessoa inteligente, mesmo que não seja instruído nas verdades do cristianismo, ao ler esse versículo concluirá que João tinha a intenção de ensinar que falar faz parte da natureza de Deus, ou seja, Ele quer comunicar seus pensamentos para seres inteligentes. E tinha razão. A palavra é o meio através do qual os pensamentos são expressos.

Deus está sempre procurando falar de si mesmo às Suas criaturas. Por força de sua natureza, Ele comunica-se continuamente.

A Bíblia jamais será um livro vivo para nós enquanto não nos convencermos de que Deus está articulando com o Seu próprio universo.

Acredito que grande parte de nossa incredulidade se deve a um conceito errôneo a respeito das Escrituras. Deus está silencioso e, subitamente, começa a falar em um livro. Terminado o livro, cai no silêncio outra vez, e para sempre. Por isso, muitos lêem a Bíblia como se fora o registro do que Deus disse quando estava com vontade de falar. Se pensarmos dessa forma, como poderemos confiar plenamente? O fato, contudo, é que Deus não está calado, e nunca esteve. Falar faz parte da natureza de Deus. A segunda pessoa da Trindade é chamada de Verbo (Palavra).

A Bíblia é o resultado inevitável da contínua manifestação de Deus. E a revelação infalível de sua mente, a nós dirigia, expressa em termos humanos, para que possamos compreendê-la.

Os profetas sempre afirmavam: “Assim diz o Senhor” para que o povo entendesse que Deus fala em um presente contínuo. Podemos usar o verbo no passado, para indicar com propriedade que, em certo tempo, determinada palavra foi profetizada por Deus; mas uma palavra nascida continua viva, ou um mundo criado, continua a existir.

Se quisermos conhecer cada vez mais ao Senhor, abramos as Escrituras, confiando que elas nos falarão.

Não pensemos, porém, que a Bíblia seja algo que podemos torcer à vontade, segundo a nossa conveniência, porque ela é mais que uma palavra. É uma voz, a palavra do próprio Deus.

Amai-vos!

Por Pr. José Eduardo Garcia – faladudu@msn.com